As regras são normas que em geral dizem como um comportamento ou atitude devem ser elaboradas e aplicadas. Quando falamos em regras, lembramos da frase “meu corpo, minhas regras” que se transformou em slogan para as mulheres que reivindicam autonomia e posse de seu próprio corpo.
Ao longo da história da humanidade, o patriarcado (domínio masculino sobre a natureza e a mulher) vem sendo combatido sobretudo por mulheres violentadas fisicamente, psicologicamente, verbalmente e expostas a constrangimentos com as famosas “piadinhas”.
Especificamente falando, a violência contra a mulher “advém desde a Grécia Antiga, quando a razão era sintetizada por Apolo, Deus da razão e a mulher era vista como o oposto da verdade e do conhecimento, sendo por isso, uma alma inferior, motivo pelo qual as mulheres gregas eram despossuídas de direitos políticos e jurídicos”.
Temos que levar em consideração que não são somente os homens os responsáveis pela cultura de violência. As mulheres, mesmo que inconscientes, violentam umas as outras quando não levam em consideração que a natureza humana fez homens e mulheres biologicamente diferentes e negam esta diferença ou a consideram uma fraqueza.
Voltando a falar de regras, um outro sentido popular que esta palavra recebe, é referindo-se à menstruação (minhas regras chegaram hoje ou minhas regras estão atrasadas). A menstruação, embora seja um tabu conversar sobre ela e aceitar sua importância, faz parte do ciclo reprodutivo da mulher. Todo mês, o útero prepara um revestimento interno, chamado endométrio, para aninhar o embrião. Se a fecundação não ocorre, esse tecido é descartado ocorrendo a descamação do endométrio, ou seja, a menstruação chega.
Mas como “as regras”, ou a menstruação pode ditar as regras do corpo?
O corpo da mulher é cíclico como a lua. Um ciclo se fecha para poder reiniciar outro e o ciclo menstrual é a prova disso. Ele é dividido em 4 fases, e em cada uma delas, a mulher está mais ou menos propensa a executar certas atividades.
A fase menstrual é representada pela lua nova. É o momento perfeito para refletir se continua ou não com aquele projeto, o que precisa fazer para atingir os objetivos. Nesta fase, os dois hemisférios cerebrais estão se comunicando perfeitamente, favorecendo avaliações, correções na rotina e a intuição está apurada.
A fase pré- ovulatória é representada pela lua crescente. Neste momento, os hormônios estão em um nível mais baixo e é durante esta fase que o estrogênio começa a aumentar. É a fase folicular, onde a energia criativa está em alta, por isso é ideal para começar novos projetos.
Na fase ovulatória, encontramos a lua cheia, poderosa e brilhante. É o período em que a comunicação e atividades em equipe estão em alta. É o momento ideal para conversas importantes e fazer negócios pois, é a fase do período fértil e o magnetismo fica mais alto.
Por fim, a fase pré-menstrual é representada pela lua minguante. É o momento para finalizar um ciclo e a mulher pode ficar cansada, irritada e sem energia. Ela vivencia a T.P.M, (tempo para meditar) onde as emoções ficam intensas para mostrar quais comportamentos temos que melhorar no próximo ciclo.
Infelizmente, nos tempos atuais onde a mulher é multi- tarefeira e em muitos casos a provedora da família, falar em adequar o ciclo feminino ao ritmo de atividades parece impossível e utópico, mas entender o funcionamento do corpo de quem menstrua (ou já menstruou) é importante para questionar muitas lógicas da sociedade que vivemos.
Existe uma linearidade e padronização pré estabelecida e imposta de que todas as pessoas devem produzir o tempo inteiro na mesma frequência, intensidade e disposição. Mesmo que na área profissional seja impossível adequar-se ao ciclo menstrual, ainda sim a mulher pode mapear em qual momento ela estará mais ou menos disponível para a agitação, para o acolhimento e para relacionamentos.
Conhecer e respeitar o próprio ciclo menstrual, leva a percepção do quanto fazemos parte da natureza. Tudo é cíclico e tem movimento de vida-morte ou nascimento-crescimento, plenitude- declínio. E isto vale para tudo, desde as fases da lua, as estações do ano, as relações amorosas e de trabalho, os seres vivos incluindo a nossa vida e a de quem apreciamos.