“Eu sou um educador. Um educador (…) tem de ter vontade de ensinar o mundo às crianças. (…) Então, eu sou um educador e tenho um jeito meu de ensinar.
(Rubem Alves)
Rubem Alves nos ensina com sua vida e sua obra sobre a beleza da missão de educar. E o que sobressai neste ensinamento é o desejo. Desejo de saber!
O desejo em causa na construção do saber comporta um movimento, sempre dinâmico, entre aquele que ensina e aquele que aprende. E neste movimento, cada um tem que colocar algo de seu: “o seu jeito” de ensinar; “o seu jeito” de aprender…
E quando digo algo de seu, é mesmo no sentido da singularidade. A psicanálise nos ensina que o desejo concerne ao que temos de mais singular e mais próprio.
Por isto a acuidade desta pergunta: qual é o seu jeito de ensinar? Somente esta questão possibilita um saber-fazer novo frente aos embaraços constantes inerentes ao cotidiano de cada educador.
O impasse surge quando as estruturas previamente estabelecidas vacilam. O que pode ser muito bom, pois a ruptura abre espaço para a inquietação e dá lugar a um desejo de saber-fazer com aquilo que desassossega, movimenta…
Termino com Jacques Lacan, que nos encoraja e nos diz que é preciso “encontrar no próprio impasse de uma situação a força viva da intervenção”…