Nós mulheres fomos ensinadas a dar conta de tudo: ser uma ótima profissional, ser uma excelente mãe, ser uma “boa esposa”, cuidar da casa com eficiência e afeto, manter um corpo incrível e a saúde em dia, ter o cabelo e as unhas brilhando, um corpo padrão, ter uma vida social…Não há sanidade mental que sustenta tudo isso.
Muitas vezes, não são as tarefas em si o que mais nos desgasta, mas sim, o fato de ter que fazer TUDO PERFEITO e ainda não receber qualquer tipo de reconhecimento por tanto esforço, já que, essas demandas passaram a ser nada mais que nossas obrigações e não há mérito algum em realizá-las.
Além disso, assumimos o gerenciamento mental e emocional da casa e da família que nos colocam em uma espiral desgastante de controle que gera ansiedade, depressão e culpa, sacrificando nossa saúde física e emocional colocando em risco nossos relacionamentos. Afinal qual o preço que pagamos por tudo isso?
Pensando em tudo isso a Entrelugar fez a seguinte abordagem com as mulheres pelo instagram da empresa. Como está a mulher que vive em você? A respostas foram, “exaustas, sem tempo pra mim, me reencontrando e a minoria respondeu realizada. Outra questão que abordamos foi sobre o que o elas achavam sobre o 8 de março “Dia Internacional das mulheres”. Elas responderam: estamos presas ao sistema machista e caminhamos muito e merecemos festejar a data.
Entrelaçando esta exaustão apresentada pelas mulheres que responderam às nossas provocações elas nos contaram que precisam de tempo para respiro e principalmente tempo só para elas. E que também gostariam de momentos com diversão, música boa, comida ou simplesmente conversar e estar com as amigas.
Tripla jornada, exigência no trabalho, relacionamentos, filhos, empreendimento, preconceito, cor da pele, orientação sexual e religiosa, falta de oportunidades, violência, desrespeito, sobrecarga e muitas outras situações assombram, desvalorizam e desrespeitam as mulheres em uma sociedade machista e patriarcal.
Por mais que esse cenário esteja mudando e muitas famílias já não partilham desses pressupostos, a sociedade ainda é, em grande parte, patriarcal, ou seja, voltada para a figura do homem. Sabe-se que o machismo privilegia os homens em relação às mulheres, colocando-os em uma posição hierárquica superior.
Precisamos cuidar da nossa saúde física, mental e espiritual. Um caminho é a sororidade entre nós. Esse sentimento envolve irmandade, empatia, solidariedade e companheirismo. É importante destacar que sororidade não é “amar todas as mulheres”, e muito menos concordar com elas o tempo todo. Cada um faz do seu jeito e no seu tempo. E tudo bem!
Outra questão muito importante é a rede de apoio. Ter suporte para gerenciar as rotinas, o trabalho, o lazer, a vida, o cansaço são extremamente importantes para nós. Entendo e compreendo que nem todas as mulheres podem contar com esse suporte. É ainda mais delicado e complexo. Conquistamos e perdemos muito, mas não podemos desistir.