Trabalho é uma ação que se faz que transforma o meio e a matéria, e, ao mesmo tempo, transforma o sujeito que realiza este ato. E mais, essa pessoa se vê no produto final desse trabalho.
Na sua origem, a palavra trabalho está associada a “tripallium”, um instrumento de tortura utilizado nas civilizações antigas. Mas, por outro lado, também está associada a “labor”, que significa cultivo da terra.
Como se percebe o mesmo ato – trabalho, pode ter uma conotação e uma vivência mais a favor da vida (labor) ou contra ela (tripallium).
O trabalho é o que possibilita construir, a partir das experiências vividas, novas possibilidades de relação com a natureza, com as coisas e uns com os outros. No entanto, as exigências sociais de progresso, sucesso e lucro a qualquer custo, tem subvertido essa noção laborativa e criativa, levando ao sentido de tortura e danação. E como consequência, aquilo que é a nossa possibilidade de encontrar saídas, acaba levando ao adoecimento físico e psíquico.
Com relação às mulheres, gostaria de destacar aqui o adoecimento psíquico relativo ao trabalho.
Primeiro, gostaria de trazer situações em que as mulheres se veem divididas entre a maternidade e a carreira profissional. O ambiente dos negócios não é muito favorável às mulheres que fazem a escolha pela maternidade. Ou elas perdem cargos; ou se sentem culpadas por não estarem todas no trabalho, quando estão com os filhos; e vice-versa!
E no segundo ponto que gostaria de destacar: mulheres que tem que assumir uma posição masculina para se manterem em cargos. Curioso demais isso! Por que o mundo corporativo tem falado tanto em diversidade e multipotencialidades, mas, no dia a dia continua com formas sutis de apagamento das diferenças?
E eu me pergunto, e te pergunto também: não há mesmo saídas para as mulheres? Não é possível construir um mundo em que seja mais possível ser mulher, mãe e profissional?
@marinagabrielasilveira
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