Transitar entre a realidade e o faz de conta é uma das maiores riquezas do desenvolvimento infantil. Na dança entre o tangível e o intangível, a criança aprende a ler suas circunstâncias de vida e a construir novas realidades, a partir dos fatores que a cercam.
Brincando, a criança realiza descobertas, lida com seus limites, interpreta suas relações e passa também por alegrias e tristezas.
A vivência desses processos a auxiliam na formação de sua personalidade, possibilitando um desenvolvimento que engloba não só uma leitura lógica do mundo, mas também uma postura criativa diante vida.
Essa postura criativa significa ter capacidade de encontrar recursos e soluções diante dos desafios que envolvem a existência, sendo importante lembrar que, como humanos, temos limites diante de todos os elementos que nos cercam.
Uma parcela da existência encontra-se sob nossa ingerência, porém há um sem fim de contingências que demonstram nossa pequenez frente à vida. E não se trata de uma exclusividade do mundo adulto. As crianças também têm seus encontros e desencontros, que merecem tanta validação quanto os problemas de “gente grande”.
Nessa condição, todos nós, grandes e pequenos, lidamos recorrentemente com bichos papões que nos amedrontam, com sacis que tiram tudo do lugar, com dilemas que parecem ter vindo de outro mundo e também somos agraciados com visitas de fadas madrinhas que surgem de lugares mágicos e nos brindam com suas benesses.
Nesse sentido, é fundamental que a criança experiencie uma boa dose de magia, pois é através do contato com tais experiências que os pequeninos poderão desenvolver condições de ler e elaborar a vida, para além do que está sob nosso controle, contribuindo para um desenvolvimento mais completo e maduro.
Autora: Priscila Fagundes